Hoje estamos manifestando nosso apoio ao provavelmente desempregado jornalista italiano Tommaso Debenedetti. Em entrevista ao jornal El País, diz “Minha ideia era ser um jornalista cultural sério e honrado, mas isso é impossível na Itália”. Debenedetti inventava as respostas dos entevistados.
Em 2000, trabalhava para o jornal La Nazione e foi cobrir o lançamento de um livro de Gore Vidal, mas não conseguiu a entrevista direta com o autor e resolveu não voltar de mãos vazias à redação. Fez sua primeira entrevista de mentira e o diretor cultural do periódico aprovou, mas deixou claro que “não poderia baixar o nível” a partir daquele momento.
Debenedetti começou a perceber através deste comentário (e de outras ofertas que recebia pelas suas entrevistas) que o que interessava não era a seriedade de seu trabalho, mas apenas a fama e o atrativo das celebridades. Seguiu o princípio do “Se é isso que querem, é isso que vão ter” e passou a oferecer boas matérias, incluíndo uma entrevista com o então aspirante ao cargo de Papa, Joseph Ratzinger.
Ele acredita ter inventado um novo tipo de jornalismo e pretende lançar um livro com suas entrevistas reunidas.
Notícia dada, esperamos que o Sr. Tommaso não fique com má fama, afinal, não divulgou calúnias ou informações escandalosas. Pelo contrário, para tornar seu material crível, estudava os discursos e a linguagem do entrevistado para simular respostas mais próximas possível da realidade. Um trabalho de extremo capricho e elegância, como poucos fazem hoje em dia, mesmo tendo acesso direto às fontes.
Parabéns ao inventor de entrevistas. Mais informações sobre a entrevista real, clique aqui.